11 junho 2009

Vestígios...

«Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa

Sempre fui inseparável das palavras. Escrever era tão essencial quanto o ar que respiro para me manter viva. Até ao dia. Aquele dia em que os acontecimentos da minha própria vida se tornaram maiores que cada uma das letras que eu coloria para me retratar. Várias vezes me ouviram dizer que não sei escrever quando estou feliz; não por falta de motivos, mas por pura incapacidade de conjugar as duas coisas. Não sei escrever sobre alegria e sorrisos, só sei viver. Mas agora voltei a escrever. Viver tem-se revelado a arte mais difícil que eu alguma vez tentei aprender. Por muito que me esforce tenho a sensação de que a cada dia que passa diminui a minha capacidade de entendimento (de mim, dos outros, do mundo). Há em mim o cansaço das esperanças perdidas, das lágrimas derramadas, dos dias que passam sem sinais de luz ao fundo do túnel. Tenho-me sentido o fantasma que percorre dias vazios de uma vida que já foi minha, mas que agora me parece um enxerto que a minha alma rejeita. Escrevo na esperança de encontrar um pouco da minha cor nestas letras; mas as letras estão mortiças como eu.

6 comentários:

Anne disse...

Sei bem como é a sensação... estive assim até outro dia. Parecia mesmo que "ser boa" nem valia a pena, nao merecia mais tanto do meu esforço, para ter tão poucos resultados e tantas tentativas frustradas. Mas os dias cinza sempre passam. E sem aquela babaquice de "veja o sol, o dia lindo e blablabla" te digo... corte o que for mais podre, o que está mais estragado, o que já nao tem mais serventia na tua vida. Comece com isso. Eu cortei mta coisa, mta gente, inclusive. Agora estou bem, as cores voltaram, as palavras tb...

Enfim, boa sorte!De qq forma, é bom te ver devolta!

Bjos

DO disse...

Esquenta não que estas coisas são rotina entre nós. Que as cores voltem com força logo.

Feliz em reve-la!!


Beijos!!

Bid disse...

Eu já te vi a escrever de alegria! Não foi como este texto que apesar de lindo, retrata o teu lado mais escuro. Foram apenas duas palavras e um sorriso e ainda as tenho guardadas! Foste feita para ser criança. Essa vestimenta de adulto sofredor fica-te mal.

Gostaria de te ver virada de novo pró sol!

Um abraço*

Anónimo disse...

Isso me atingiu por um bom tempo, por mais que eu tentasse as palavras se trancavam e mim...
Estou de volta também.

Grande Beijo.

Jéssica Souza disse...

A única coisa que posso te dizer é que passa, Carmim! Já vivi períodos obscuros e lancinantes, mas consegui sobreviver e ca´estou eu novamente.
Espero que contigo seja igual!
;)
Beijos



PS. Gostei muito daqui, vou te linkar!

Vanda disse...

olá! espero que esteja tudo bem contigo... beijos e boa semana