Sementes ao vento.

"Não é ele jardineiro que de qualquer semente faz um girassol."

Nada nem ninguém é descartável neste mundo. Tudo o que cruza o meu caminho muda um pouco o meu rumo, influencia-me, ensina-me algo que não sabia, abre-me horizontes e ensina-me a ser selectiva.
Com o passar dos anos e consoante os acontecimentos da minha própria vida aprendi a seleccionar tudo, desde os lugares até às pessoas e, inevitavelmente, vou deixando para trás o que não me interessa.
Sei que sou capaz de conviver com todo o tipo de pessoa e frequentar todo o tipo de lugar, mas recuso-me a fazê-lo. Este é um luxo de que não abdico. Chega um momento na nossa vida em que aprendemos o valor do tempo, e a percepção desse valor não nos permite desperdiçá-lo com o que não vale a pena. Além de que, quando aprendemos a ser selectivos, começamos também a ser mais verdadeiros. A honestidade para connosco, permite-nos ser honestos com todos os que estão à nossa volta. Não digo a toda a hora aos meus amigos o quanto a companhia deles me agrada, mas sabendo eles que eu me recuso a conviver ou partilhar-me com alguém por quem não nutra alguma simpatia, sabem também que estão num lugar seguro da minha lista de selecção.
Não quero com isto dizer que os demais são pessoas que não têm valor algum. Sou terreno onde não germina nenhum tipo de preconceito. Contudo, penso que a velha máxima de "não se pode agradar a gregos e troianos" faz todo o sentido, e tal como certas pessoas não encaixam nos meus parâmetros, eu não encaixo no de outras tantas.
Cada um cuida do seu jardim e planta o que mais gosta e eu selecciono para ter sementes férteis.